Roteirista de programas de TV como Papo de Segunda, do GNT, Danilo Nakamura é um aficionado por coquetelaria nas horas vagas. Antes um personagem dos bastidores da boemia paulistana, ele começa agora a transformar seu hobby em uma segunda profissão.
Autor das cartas de drinque do Hirá Ramen Izakaya e do Bar do Jiquitaia, Nakamura acaba de aprontar outra boa-nova na cidade. Deu uma bela oxigenada no cardápio de coquetéis da encantadora A Casa do Porco, no centro — concorridíssimo endereço do casal de chefs Jefferson e Janaina Rueda.
Os sete drinques recém-criados por Nakamura só irão aparecer oficialmente no menu a partir do dia 17/10, quando haverá o lançamento do novo cardápio. Mesmo assim, já é possível prová-los. Um dos méritos das receitas é trazer sabores inusitados e boa acidez, o que instiga o próximo gole.
Comece o tour etílico pelo refrescante vem pro coentro (27 reais; foto), uma audaciosa e deliciosa aposta no coentro como ingrediente de coquetel. Apresentado na caneca de cobre resfriada, leva Cachaça da Lage — de São José do Rio Pardo e com ligeira passagem em tonel de amendoim —, coentro, xarope caseiro de coentro, limão-taiti e espumante moscatel.
Aos fãs de erva-mate, desperta curiosidade o tereré (34 reais), versão com gim desta espécie de “chimarrão” gelado servido na guampa (copo feito de chifre de boi) com canudo de metal.
Um dos destaques da degustação realizada foi o chinatown (não saia de lá sem prová-lo!). Com toques defumados, o coquetel (34 reais; foto) de inclinação oriental acompanha uma das estrelas do menu dos Rueda: o sensacional sushi de papada de porco. A combinação etílica traz uísque Ardbeg, gim Tanqueray, vermute tinto e xarope de chá preto chinês lapsang souchong e vem na cumbuca japonesa tiawan.
Também inusitado é o xarope caseiro de charuto (isso mesmo, charuto!) que entra na composição do fim de expediente (27 reais; foto), drinque cheio de personalidade que se propõe uma variação do rabo-de-galo com Cachaça da Lage e jerez amontillado, vinho fortificado da Andaluzia, no sul da Espanha.
Por fim, para apreciadores de sabores ardentes, uma dica certeira é o ppp — porco, pinga & pimenta (27 reais; foto), que é um sour de cachaça servido na taça com pimenta dedo-de-moça triturada e um toque de pimenta-do-reino. Detalhe: aplica-se na cachaça uma técnica de coquetelaria chamada fat-wash, ou seja, o destilado passa por uma infusão em guanciale (bochecha de porco curada) e é depois clarificado.
Uma atração do novo menu — e que já virou hit no Instagram — é o hot-pork (24 reais, duas unidades; foto). Trata-se de um cachorro-quente de tamanho mini com salsicha de carne de porco produzida na casa e servido num lúdico carrinho soltando fumaça.
Também imperdível é o suculento porco san zé (48 reais; individual), assado inteiro por pelo menos sete horas. Chega à mesa com a carne desmanchando e casquinha crocante. Vem acompanhado de quatro tentações: tutu de feijão, tartar de banana, farofa de mandioca e couve crua cortada bem fininha com um toque de limão.
A Casa do Porco Bar
Rua Araújo, 124, centro, tel.: 3258-2578.
Segunda a sábado, 12h/0h;
Domingo, 12h/17h.
Foto do hot pork: Wellignton Nemeth/Divulgação