Porto Luna ressurge na Vila Olímpia com superlativa varanda de frente para Faria Lima

Foi depois de emplacar o Iquattri, ponto de badalação jovem na Rua Horácio Lafer nos anos 90, que os irmãos Tarcísio e Marcelo Mello resolveram investir num projeto mais ambicioso. Surgiu assim, em 1997, um bar que marcou época no Itaim. Na Rua Lopes Neto, o Porto Luna perpetuou-se até 2010 como um QG da juventude abonada paulistana que nunca saía de moda.

Depois disso, em sociedade com Armandinho Lara e o grupo A.Life, os irmãos Mello não pararam mais. Criaram os bares Eu Tu Eles e Tatu Bola e até uma balada sertaneja, a Toca do Tatu.

Eis que depois de tantos anos e empreendimentos a trupe decidiu ressuscitar o Porto Luna. A casa reabriu em meados de agosto em novo endereço — a chamativa esquina da Avenida Faria Lima onde funcionou o extinto Vila Rica, na Vila Olímpia.

Neste revival, o Porto Luna ressurge como um bar-balada de pegada mais jovem e comercial. Tornou-se instantaneamente um dos endereços-sensação no pedaço. A proximidade com muitos escritórios da região faz suas superlativas e bonitas varandas — animadas por música eletrônica — bombarem já a partir da happy hour.

Para comandar o balcão do bar foi convocado o competente bartender Alexandre Arruda (foto), que já trabalhou nos bares SubAstor e Osake.

Drinque mais pedido ali, o gim-tônica (35 reais, com gim Beefeater; 38 reais, com gim Beefeater 24) aparece em sete versões no cardápio. Uma das melhores é a que traz fatia de grapefruit e ramo de alecrim mais um toque de angostura com absinto.

Mesmo com os bartenders trabalhando na pauleira devido à lotação, os drinques chegaram redondos nas visitas realizadas, a exemplo do negroni (foto), de preço que dói no bolso (37 reais). Uma receita autoral interessante é o tiki mango (35 reais; foto), com cachaça de jambu (que dá sensação de dormência na boca), purê caseiro de manga, xarope de especiarias e espuma de gengibre. Uma flor seca comestível decora a equilibrada combinação.

O estilo do lugar, com bastante gente bebendo em pé e circulando, convida mais a petiscar do que jantar — ainda que o menu tenha sugestões de pratos, como o linguine ao ragu de linguiça e cogumelos (43 reais).

Entre as sugestões para tapear a fome estão o hambúrguer de costela (36 reais; foto), que pecou pela falta de suculência, e os sequinhos pastéis mistos de carne, queijo e camarão (37 reais).

Porto Luna
Rua Ministro Jesuíno Cardoso, 291, Vila Olímpia, tel.: (11) 2533-7436.
(Esquina com a Avenida Faria Lima).
Terça a sexta, 17h30/1h;
Sábado e domingo, 13h/1h;
Fecha às segundas-feiras.

 



HIGHLIGHTS
Porto Luna

Faixa de Preço: $$$
Tipo de Cozinha: Variada

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

1 Comment

  • Responder novembro 19, 2018

    Juliana

    E ressurge da pior maneira possível. Selecionando seus frequentadores pela aparência. Tive uma amiga barrada por ser gordinha.
    E ainda carimbão o preconceito qdo apagam e bloqueiam qq tipo de comentário sobre o ocorrido.
    Não vou me calar, contra total esses padrões impostos pela sociedade.

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