Na companhia do amigo de botecagem Eduardo Lima, dediquei a última quarta-feira a conhecer dois bares da Vila Madalena relativamente novos que faltavam no currículo: o Aé Sagarana e o Pasquim, ambos na Rua Aspicuelta. As visitas só confirmaram o tão falado momento decadente da Vila Madá, que depois da Copa entrou numa maré baixa.
O Aé Sagarana é prova de que nem sempre expansões fazem bem a um bar. A casa é a segunda filial de um dos melhores boteco da cidade, o Empório Sagarana, mas não faz jus à paternidade. Se a matriz da Vila Romana é cheia de bossa, com seu jeitão caipira-mineiro, cozinha afiada e incrível seleção de cervejas e cachaças, aqui o ambiente tem aparência descuidada, a seleção de chopes é pífia (não há garrafas, só chope) e o desempenho da cozinha está a léguas de distância da casa-mãe. Na visita anônima realizada, a porção de pães de queijo recheados de pernil desfiado (33 reais; quatro unidades) chegou tão minúscula, fora do padrão da casa, que precisaram voltar para cozinha. Detalhe: a casa está aberta desde setembro e já teve tempo suficiente para se ajustar.
Dos mesmos donos do Aurora e do St. George’s Pub, o Pasquim Bar & Prosa instalou-se na movimentada esquina das ruas Aspicuelta e Fradique Coutinho, onde antes era o bar Zeppelin Madalena. Com estilão dos endereços do Itaim, garçons confusos e repleto de TVs espalhadas pelos salões, a casa é só mais um bar caça-níquel da Vila Madalena. A fria decoração interna não faz qualquer alusão ao célebre e extinto jornal O Pasquim, que enfrentou a ditadura com irreverência e craques do jornalismo. O cardápio, em formato de revista, é um desfile de petiscos lugar-comum. Salvou-se o chope Heineken, tirado com colarinho regulamentar e na temperatura certa.
Não é só a Vila Madalena que anda mal das pernas. Suas novidades, também.