Negronis mais leves e frutados sobressaíram nesta Negroni Week; elegemos os 4 melhores

Realizada em setembro em várias cidades do mundo, a Negroni Week desafia anualmente os bartenders a criar versões instigantes deste clássico etílico italiano. Quem se debruçou sobre as receitas criadas pelos bartenders paulistanos para edição de 2021 pode perceber uma tendência — entraram em evidência negronis alcoolicamente mais leves e frutados.

Sobressaíram receitas com menos punch etílico, mais fáceis de beber e capazes de agradar até quem não curte o amargor característico desta centenária e venerada combinação de gim, vermute tinto e Campari.

Em parceria com o Mix-O-Logic (@mix_o_logic), do influenciador digital Michel Berndt, e a plataforma de drinques Sip Lovers (@siplovers), elegemos quatro drinques com esta pegada que marcaram a edição deste ano. E não perca: na semana de 4 a 10 de outubro, a nosso pedido, estas versões mais marcantes serão reeditadas nos bares contemplados.

# Ginger Negroni, do Astor e SubAstor
Assinada pelo bartender Alex Sepulchro, a versão apresentada pelos bares irmãos Astor e SubAstor ganhou o nome de Ginger Negroni. Propõe uma acertada combinação do gim, vermute e Campari com a discreta picância da ginger beer de produção própria. Simples, certeiro e fácil de beber. O Ginger Negroni será um dos coquetéis exclusivos do novíssimo bar Terraço, que passa a ocupar a partir da próxima semana o piso superior do Astor da Rua Oscar Freire, nos Jardins.

# Negroni Hibiscus, do Locale Caffè
Criação do premiado bartender Márcio Silva, a receita oferecida neste versátil café-bar italiano do Itaim combina gim inglês Bickens, Campari e um blend dos vermutes tintos Aureah, Cinzano 1757 e Punt e Mes. No paladar, ao contrário do que pode parecer, a flor de hibisco (que é infusionada após a mistura dos ingredientes) traz uma leve acidez ao sabor, que convida ao próximo gole.

# Geraldo Errado, do Picco
Nascido como um pizza-bar, o Picco segue ganhando respeitabilidade entre os experts em coquetelaria graças ao talento do jovem bartender Lula Mascella, também sócio do lugar. Ele bolou para a semana do negroni o peculiar Geraldo Errado, apresentado em copo baixo com gelo cristalino. A receita leva espumante de caju trazido do Ceará — carbonatado na hora do preparo — vermute tinto infusionado com folha de limão kaffir e Campari com infusão de cítricos. A acidez do limão não só ajuda a amenizar o dulçor do caju como torna o coquetel mais instigante a cada gole.

MENÇÃO HONROSA
# Negroni Fragola & Crema, do Beefbar
Com matriz em Mônaco, a casa dos Jardins não participou oficialmente do evento, mas criou uma versão do drinque que foi unanimidade entre os jurados. O bartender Ricardo Takahashi Paulon assina o surpreendente Fragola & Crema. Gim, vermute e Campari ganham toque de shrub de morango (com vinagre francês de framboesa) e solução salina. Depois, tudo é clarificado com leite. O morango marca o aroma, sugerindo dulçor, mas na boca há perfeita harmonia entre o amargo, o doce e a acidez. Um golaço.

* Foram visitados 17 bares e provados 40 coquetéis, entre 13 e 19/9, para se chegar à seleção final.

 

 

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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