Moderno, conceitual, socialmente engajado e zeloso com a origem dos ingredientes. Assim é o novíssimo Corrutela, restaurante aberto na Vila Madalena no fim de maio, no imóvel onde funcionou o pizza-bar Graminha, na Rua Medeiros de Albuquerque.
Um dos chamarizes da casa é a preocupação com a sustentabilidade. Aposta no aproveitamento total das matérias-primas, utiliza 25% de energia solar, usa composteira para descartes, faz a própria moagem de trigo e milho e ainda lava panelas numa máquina que não desperdiça litros e litros de água.
Por trás da empreitada está o chef paulista Cesar Costa, de 27 anos. Mesmo jovem, trouxe para o seu primeiro restaurante uma elogiável experiência internacional.
Trabalhou, por exemplo, no Chez Panisse, em Berkeley (Califórnia), com Alice Waters, ícone do movimento slow food e incentivadora da agricultura orgânica. De lá, seguiu para Dinamarca para trabalhar com Christian Puglisi, chef dinamarquês do estrela-Michelin Relæ. Antes de abrir o Corrutela, aventurou-se ainda na coleta de plantas selvagens na Inglaterra, como cogumelos, algas e pancs.
No Corrutela, Cesar Costa aplica esta bagagem em sugestões que agradam pelo visual e sabor. Começa-se a refeição com duas delícias de produção própria: a fatia do pão da casa acompanhada de ótima manteiga de nata fermentada com keffir.
Em seguida, mire as inspiradas entradinhas. Uma delas traz alho-poró no vapor coberto por emulsão de alho-poró e lascas finíssimas do queijo Tulha (30 reais) — da Fazenda Atalaia, em Amparo (SP), e premiado no conceituado World Cheese Awards.
Também fizeram bonito a berinjela assada servida com deliciosa coalhada de keffir (28 reais) e o tartar de carne bovina (38 reais; foto). Nele, deve-se misturar a emulsão de ovo poché e mostarda de Dijon mais o trigo crocante antes de prová-lo.
São apenas dois pratos principais disponíveis por noite, em sugestões rotativas.
Numa das visitas foi provado o porcini selvagem (58 reais; foto). Trazido da gelada Urupema, cidade na Serra Catarinense, o cogumelo tem tamanho que realmente impressiona. É servido sobre um “risoto falso” de semente de girassol com óleo caseiro de nirá e ervas. Também agradou a macia língua defumada (54 reais; foto) na companhia de polenta cremosa e cebola, que dá acidez ao conjunto.
As seis entradas e os dois pratos principais podem ser pedidos à la carte ou num menu de 95 reais (couvert, entrada, principal e sobremesa).
No quesito etílico, brilham os excelentes drinques de Danilo Nakamura, que também assina as cartas d’A Casa do Porco e do Bar do Jiquitaia. Entre as receitas imperdíveis do Corrutela está o mango mule (30 reais; foto), bem sacada composição de gim, xarope de manjericão e limão mais kombucha e purê de manga.
Não perca também o hanky panky (30 reais; foto), o adonis (mesmo preço) e o robusto ron wood (35 reais; foto), combinação de personalidade de rum 8 anos, vermute seco e vinho fortificado madeira da uva branca verdelho.
Corrutela
Rua Medeiros de Albuquerque, 256, Vila Madalena, tel.: (11) 3032-2443.
Quarta a sábado, 19h/23h;
Domingo, 13h/16h;
Fecha 2a-feira e 3a-feira.
HIGHLIGHTS
Corrutela
Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Contemporânea