Chef Tuca Mezzomo e bartender Jean Ponce unem forças no já disputado Naia, nos Jardins

Uma novidade daquelas que merecem atenção especial acaba de aportar nos Jardins. Dono do festejado Charco e um dos talentos da cozinha de sua geração, o chef Tuca Mezzomo uniu-se ao respeitado bartender Jean Ponce para criar o atraente e já concorrido Naia.

Híbrido de restaurante e bar, o endereço ocupa desde 19 de junho um imóvel de dois pisos na Rua Melo Alves — quase em frente ao Le Jazz — e tem cardápio focado nas preparações com peixes e frutos do mar.

Na entrada, um aquário de 250 litros mantém fresquíssimas ostras da Cananéia (49 reais; 6 unidades) e de Santa Catarina (44 reais).

As boas surpresas começam já no couvert, que reúne pão de fermentação natural e ótima ricota artesanal temperada com bottarga (24 reais).

Em seguida, não deixe de provar a salada de caranguejo guaiá-açu (46 reais; foto). Refrescante, vem incrementada com ovas de salmão, dill, limão, aïoli e erva-doce.

O tempura de camarão (36 reais; 2 unidades) carrega um toque autoral. É empanado numa flor de abobrinha e, no recheio, ao invés do camarão inteiro, aparece uma espécie de embutido caseiro feito com o crustáceo.

No enxuto menu, três preparações passam pela grelha. Há um interessante contraste de texturas na combinação de vieira com ervilha (79 reais), mas o caldo de presunto, muito potente, ofusca o sabor do molusco marinho.

No dia da visita, agradou mais a couve-flor chamuscada pelo fogo (32 reais; foto) servida com bottarga e um instigante molho rôti de algas secas japonesas, como a nori.

Para finalizar, mire o saboroso arroz de polvo (84 reais; foto).

A seção de coquetelaria fica a cargo do premiado Jean Ponce (do Guarita Bar), que assina a carta com sete coquetéis autorais, alguns deles com ingredientes marinhos.

É o caso do equilibrado naia (38 reais; foto), que combina jerez manzanilla, gim espanhol Nordés (que leva a uva branca albariño entre os botânicos), o azedinho marcante do maracujá e espuma de “água do mar”.

Outra pedida certeira é o salty martine (40 reais; foto), com notas salinas e oxidadas no sabor. Harmoniza o ótimo gim inglês Plymouth, vermute seco e jerez manzanilla.

Dentro da taça martíni, traz uma azeitona-siciliana e uma cereja ao marrasquino espetadas num palito para serem degustadas ao início e final do drinque, respectivamente.

Naia (@naiarestaurante)
Rua Melo Alves, 767, Jardins.
Telefone: (11) 97323-1187.

Terça a sábado, 17h/21h;
Domingo, 13h/16h.

Fotos da couve-flor, do ambiente e das ostras: Brejo/Divulgação.

 

 



HIGHLIGHTS
Naia

Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Peixes e frutos do mar

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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