Chef Bel Coelho volta a brilhar na Vila Madalena com o restaurante Clandestina

Bel Coelho está de volta à Vila Madalena. A chef que comandou até 2020 o Clandestino, na Rua Medeiros de Albuquerque, retornou ao bairro com uma nova casa de nome quase idêntico — o Clandestina, que já nasceu como um dos restaurantes mais falados na cidade.

Inaugurado em julho no ponto onde era o extinto ChefVivi, na Rua Girassol, o Clandestina segue a pegada de cozinha brasileira autoral que é marca registrada do trabalho de Bel Coelho — também pesquisadora alimentar e sócia do Cuia, que funciona desde 2020 dentro da livraria Megafauna, no Edifício Copan.

Para provar o menu à la carte apresentado em pequenas porções para compartilhar, recomenda-se fazer reserva, pois o Clandestina dispõe de apenas 37 lugares no atraente salão de atmosfera descolada.

Sobem o sabor das receitas matérias-primas que celebram a biodiversidade das diferentes regiões do Brasil, como tucupi amazônico, baunilha do Cerrado e a uvaia, uma fruta nativa da Mata Atlântica.

Duas ótimas entradinhas com gostinho de Amazônia são o delicado tiradito de melancia ao ponzu de tucupi (42 reais) e o minitempurá de pimenta-de-cheiro e camarão (53 reais), com molho picante com um toque de acidez de bacuri.

Caldo amarelo extraído da mandioca brava, muito utilizado na culinária da região Norte, o tucupi dá o ar da graça também no delicioso guioza de pato (65 reais), que chega banhado por um caldo potente de tucupi e azeite de quatro pimentas, picante na medida certa.

Outros acertos da cozinha são o tartar de coxão mole da raça Angus com cogumelo yanomami e picles de melão (56 reais) e a surpreendente combinação de repolho e acelga chinesa assados ao missô de cacau, apresentados sobre purê de grão-de-bico (67 reais).

Sugestão que funciona bem como prato principal, a barriga de porco é preparada a vácuo em baixa temperatura e depois glaceada com tucupi preto. É servida com feijão-manteiguinha caldoso e picles de maxixe (84 reais). Também vai bem como prato de fundo o arroz de costela (86 reais), feito com mini arroz arbóreo e coroado por jiló frito na farinha de milho.

Uma sobremesa imperdível para fechar a noite é a versão brûlée da tarta basca (torta de queijo), de textura aveludada, com baunilha do cerrado e calda de jabuticaba (39 reais).

Clandestina (@clandestinarestaurante)
Rua Girassol, 833, Vila Madalena.
WhatsApp: (11) 9-4145-9589.
Terça a sexta, 19h/23h;
Sábado, 12h/16h e 19h/23h;
Domingo, 12h30/17h;
Fecha às segundas-feiras.


Foto do abre: Laís Acsa/Divulgação.
Fotos do guioza e do arroz de costela: Raphael Criscuolo/Divulgação.



HIGHLIGHTS
Clandestina

Faixa de Preço: $$$
Tipo de Cozinha: Brasileira

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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