Bar oriental Mica dobra de tamanho, ganha atmosfera mais alegre e novas comidinhas

Ruazinha de Pinheiros praticamente desconhecida até uns anos atrás, a Guaicuí transformou-se desde a chegada do Pitico, em 2015. O bar fez tanto sucesso ali que logo mais e mais bares, infelizmente sem a mesma personalidade, foram abrindo nas casas vizinhas. A via converteu-se então num bulevar empacotado de biroscas, mas que segue valendo a visita por um endereço em especial — o Mica, inaugurado em 2017 pelos mesmos donos do Pitico.

Antes uma portinha acanhada e com apenas de 16 lugares internos, o Mica passou por reforma no fim do ano passado. Anexou o imóvel vizinho e renasceu com atmosfera mais alegre e charmosa. Ganhou um atraente balcão de formato oval (foto) com 15 banquetas ao redor e mesinhas comunitárias.

Uma tentadora novidade é a couve-de-bruxelas frita (26 reais; foto). Vem escoltada por um molho cheio de sabor de nome peculiar, o tigre que chora, preparado com caldo de peixe temperado.

O público descolado que bate cartão no Mica também se delicia com os caprichados buns (22 reais), sanduíches naqueles pães fofinhos feitos no vapor. Uma das cinco versões, o de tonkatsu (copa lombo empanada) é incrementado com salada de maionese com ovo, repolho e mostarda japonesa. Se agrada pelo tamanho, por outro lado pedia um toque de sal ou pimenta para realçar seu sabor.

A melhor receita provada nas visitas anônimas realizadas foi o macarrão udon (28 reais; na foto que abre o post). Ele é entremeado por tenros pedaços de cordeiro e um molho de textura aveludada levemente picante preparado com shoyu e calda de açúcar. Caso queira ardência de verdade, a dica é o arroz frito com kimchi (28 reais; foto), que acompanha um ovo frito de gema mole.

Felizmente, alguns pratos que fizeram a fama no Mica foram mantidos no cardápio. É o caso das fatias de peixe-prego curado com sour cream e crocante de ervilha com raiz-forte e gergelim (24 reais; foto).

Não perca o filé ao molho béarnaise (28 reais). Nele, fatias grelhadas de shoulder bovino ganham a companhia de uma versão do molho francês elaborada com gema de ovo, manteiga clarificada e alga nori (que entra no lugar do estragão). Para acompanhar, vai bem o arroz gohan (8 reais).

Na seção etílica, destacam-se os drinques autorais da bartender Beatriz Coutinho. Uma das melhores pedidas é o o momotaro (29 reais), uma versão realmente apimentada de bloody mary. É preparada com vodca, suco de tomate, shoyu e um mix ardido que traz raiz-forte e a potente pimenta sriracha.

Também interessante é o kinpirá (33 reais; foto). Seco, leva gim, vinho coreano de arroz moti e óleo de gergelim. O coquetel lembra jerez no sabor.

Mica
Rua Guaicuí, 33, Pinheiros, tel.: (11) 3360-2608.
Segunda a sexta, 12h/15h e 19h/0h;
Sábado, 12h/0h;
Domingo, 13h/22h.



HIGHLIGHTS
Mica

Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Oriental

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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