Speakeasy que marcou época em São Paulo, Frigobar está de volta, em novo endereço

Speakeasy que marcou época em São Paulo por imitar com fidelidade os bares secretos da época da Lei Seca Americana, o Frigobar está de volta. A casa, que funcionou nos Jardins entre 2015 e 2018, ressuscitou em maio em novo endereço, na região de Perdizes.

O novo Frigobar esconde-se agora dentro de uma lanchonete numa esquina na Avenida Professor Alfonso Bovero.

Neste revival, a casa manteve o clima acolhedor, para no máximo 22 clientes por vez, e a entrada secreta por uma porta falsa de geladeira — há uma surpresa na hora de ir embora (mas sem spoiler!).

Por trás do renascimento do Frigobar estão dois sócios originais da casa, os tarimbados bartenders Pablo Moya e Diego Dillon. Eles são donos também da destilaria Nib, em Pirassununga, no interior de São Paulo, que faz gins, cachaça, bitters, drinques engarrafados e afins.

Pablo Moya recrutou para comandar o balcão o competente Matheus Zandona (ex-Palácio Tangará). A carta executada por ele e equipe traz algumas releituras interessantes de coquetéis clássicos.

O fitzgerald (44 reais), por exemplo, ganha o frescor do gim de pera, que deixa o sabor ainda mais redondinho. Inspirado no clássico mexicano paloma, o palomer (44 reais; foto) também merece destaque. Na versão do Frigobar, leva tequila branca, purê artesanal de grapefruit, suco de limão, mel e, numa boa sacada, um toque de Campari.

Nas visitas realizadas, dois coquetéis autorais brilharam forte. Um deles foi o lecachaz (44 reais; foto), que tem como marca registrada um atrativo sabor defumado que perdura até o último gole.

Defumado com madeira de goiabeira na frente do cliente, é feito com cachaça, abacaxi macerado, tintura de curry, xarope de mel, limão e tabasco, numa equilibrada combinação que traz ainda notas picantes e de especiarias.

Imperdível para quem gosta de drinques com corpo, álcool e intensidade aromática — e está disposto a investir um pouco mais —, o sampa sour (79 reais; foto) está entre os melhores drinques provados em 2024.

Versão brasileira do trinidad sour (criado em 2009, em NY), tem acidez marcante e sabor bem particular, pois leva 45 mililitros de bitter Nib, uísque de centeio, xarope de amêndoa e limão-siciliano.

Caso prefira os clássicos, aposte no old fashioned (48 reais), que leva um blend de três uísques.

A lista de petiscos é sucinta e certeira. Inclui sugestões como os minimilhos temperados com curry (31 reais) e as saborosas iscas de filé-mignon suíno empanados na farinha panko (59 reais). Outra atração são as pizzas, entre as quais a dica é a rockfeller (49 reais), com calabresa fatiada, gorgonzola, cebola-roxa, pimenta jalapeño e um toque de mel.

Reservas são imprescindíveis. No Instagram da casa há um link para fazer a reserva on-line (paga-se só o que consumir). Pode-se reservar das 18h30 às 21h30 ou das 22h à 1h.

Frigobar (@frigobarspeakeasy)
Quarta a sábado, somente com reservas.
Primeira sessão, 18h30/21h30.
Segunda sessão, 22h/1h.
Reservas pelo aplicativo Get In App
https://www.getinapp.com.br/sao-paulo/frigobarspeakeasy



HIGHLIGHTS
Frigobar

Faixa de Preço: $$
Tipo de Cozinha: Petiscos

Jornalista paulistano, foi crítico de bares da revista Veja São Paulo durante dez anos (2003 a 2013) — período em que escreveu e foi jurado das edições anuais Comer e Beber. Antes, trabalhou como colunista do Estadão (de 1994 a 2001) e colaborou para o Jornal da Tarde e revista Época São Paulo. Em 2014, criou o Taste and Fly, onde publica semanalmente posts sobre os melhores bares e restaurantes de São Paulo além de dicas de viagem e bebidas.

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